sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sempre, ó Poesia!

Trago no meu coração dolente a alegre tristeza.
trago comigo a culpa de existir e o berço dos pesares.
Trago nos meus versos o ritmo dissoluto.
Trago a ânsia das minhas lágrimas errantes,
Lágrimas que por serem errantes são minhas;
E por serem minhas são errantes...

A vida faz-me tremer a frio como um cão espancado
E deixado sem esperança ao relento da noite,
E depois como quem fugiu e morreu engasgado com a própria alma!

(Aqui desabafo, aqui choro - aqui morro!)

Eu, como um chicote podre, tentei bater nas costas da vida,
E ela, sem clemência correspondeu-me com o nada...
Ela, a vida... transfixa!
Ela, a armadura do gozo e da carne,
Que quando na blandícia do não sei, a vida pesa-me,
Depois encontro no infinito sonhos que não são sonhos...
E começa haver, em indiferentes sentidos o sossego solitário!

Ah, tão maravilhosamente sem razão,
sinto uma sufocação indefinida dentro do espírito,
Como se eu nunca tivesse tido infância
E tivesse partido diretamente para o lado errôneo e inexplícito da vida!

Vou seguindo...
distorcendo-se indeterminadamente,
ò Poesia!
Até que a vida nos separe!

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